À beira dos rios e lagos da Amazônia, onde a floresta encontra a água em um abraço misterioso, vive uma das mais sedutoras e temidas criaturas da região: a Iara. Conhecida também como “Mãe d’Água,” essa sereia encantada é descrita como uma bela mulher com longos cabelos negros e olhos verdes hipnotizantes. Metade mulher, metade peixe, sua beleza é tão impressionante quanto perigosa.
Diz a lenda que Iara era uma guerreira indígena de extraordinária beleza e habilidade. Sua destreza e coragem causavam inveja entre seus irmãos, que, temendo ser superados por ela, decidiram matá-la. Mas Iara, percebendo a trama, defendeu-se e acabou matando-os. Assustada com o próprio ato, fugiu para a floresta, onde foi capturada e jogada no rio como punição. Os espíritos da água, comovidos por sua história, a transformaram na sereia que conhecemos.
As noites de lua cheia são especialmente perigosas para os homens que navegam sozinhos. É quando Iara emerge das águas, sentada em uma pedra, cantando uma melodia irresistível. Sua voz doce e melodiosa é capaz de encantar qualquer um que a ouça, atraindo-os para a beira do rio. Fascinados, os homens mergulham nas águas, onde são puxados para as profundezas e nunca mais vistos.
Mas Iara não é apenas uma predadora. Há histórias de pescadores que, ao serem encantados por ela, conseguem escapar e retornam às suas vilas mudados, mais sábios e respeitosos com a natureza. Acredita-se que Iara, embora perigosa, também seja uma guardiã dos rios, punindo aqueles que poluem as águas ou caçam além do necessário.