Nas profundezas da floresta amazônica, onde a luz do sol mal consegue penetrar, existe uma lenda que aterroriza e fascina ao mesmo tempo: a Cobra Grande, também conhecida como Boiúna. Este ser mítico é dito ser uma serpente gigantesca, com poderes sobrenaturais, que habita os rios e igarapés da Amazônia.
Diz-se que a Boiúna tem a habilidade de mudar de forma, aparecendo como uma bela mulher para atrair suas vítimas ou como um barco fantasma para enganar os navegantes desavisados. Sua presença é anunciada por um silêncio repentino na floresta e uma sensação de frio que percorre a espinha dos que estão próximos.
A lenda conta que a Cobra Grande é a guardiã dos rios e das águas, punindo aqueles que desrespeitam a natureza ou perturbam a paz dos espíritos da floresta. Os pescadores que pescam além do necessário ou os madeireiros que derrubam árvores indiscriminadamente muitas vezes desaparecem misteriosamente, e seus corpos nunca são encontrados.
Uma das histórias mais famosas envolve um jovem pescador que, ao se aventurar sozinho rio abaixo, encontrou uma bela mulher às margens. Ela o convidou para acompanhá-la e, hipnotizado por sua beleza, ele aceitou. No entanto, ao cair da noite, a mulher revelou sua verdadeira forma, transformando-se na terrível Boiúna. O pescador foi tragado pelas águas escuras e nunca mais foi visto.
Por outro lado, a lenda também fala de pessoas que, ao mostrarem respeito e reverência pelos rios e pela floresta, recebem proteção e bênçãos da Cobra Grande. Alguns anciãos afirmam que, durante os períodos de cheia, quando os rios transbordam e inundam a floresta, é a Boiúna que garante que a vida continue, trazendo peixes e fertilidade para a terra.